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Aqui vou contar um pouco de minha história e um pouca da história da Umbanda sagrada. FILHO DE OXOGUIÃ.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Oxalufan


Oxalufan, Oxalufã ou Oxalufon, Orixá africano cultuado em todo o Brasil por todas as religiões afro-brasileiras, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ofun ou êjiokô e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxalufan.

Considerado um
Oxalá muito velho, curvado pelos anos, que anda com dificuldade e hesitação, como se estivesse atacado pelo reumatismo. Ele apoia seus passos cambaleantes sobre um paxorô (ou opaxorô, ou ainda em Yorubá, Opá Oşòró), grande bastão de metal branco, encimado pela imagem de um pássaro e ornado por discos de metal e pequenos sinos. Considerado como o Orixá da Paz, da paciência, tudo que se refere à Oxalá é ligado a calma e a tranquilidade. Sua cor é o branco e seus filhos não podem usar roupa preta, vermelha e tons escuros. Seu dia da semana é a sexta-feira, e por respeito ao pai mais velho, todo povo-de-santo usa branco nesse dia. Sua dança é lenta como o passo do Igbin.
  • O Igbin, que é chamado o boi de Oxalá, é sua oferenda favorita juntamente com o Ebô. E Igbin também é o nome do toque dedicado à Oxalá. E As Águas de Oxalá é a sua principal festa realizada sempre no mês de janeiro nas principais casas tradicionais da Bahia.
Oxalufon, ou Orìsà Olúfón, segundo relato de Pierre Verger, na África é velho e sábio, cujo templo é em Ifon, pouco distante de Oxogbô. Seu culto permanece ainda relativamente bem preservado nessa cidade tranquila, que se caracteriza pela presença de numerosos templos, igrejas católicas e protestantes e mesquitas que atraem, todas elas, aos domingos e sextas-feiras, grande número de fiéis de múltiplas formas de monoteísmos importados de outros países. Em contraste com essa afluência, o dia da semana yorubá consagrado a Orìşànlá só interessa atualmente a pouca gente. Exatamente um pequeno núcleo de seis sacerdotes, os Ìwèfà méfà (Aájè, Aáwa, Olpuwin, Gbògbò, Aláta e Ajíbódù) ligados ao culto de Orìşà Olúfón.
A cerimônia de saudações ao rei de dezesseis em dezesseis dias pelos Ìwèfà e pelos Olóyè chama a atenção pela calma, simplicidade e dignidade. O rei Olúfón espera sentado à porta do palácio reservada só para ele e que dá para o pátio. Ele está vestido com um pano e gorro brancos. Os Olóyè avançam, vestidos de tecido branco amarrado no ombro esquerdo, e seguram um grande cajado. Aproximam-se do rei, param diante dele, colocam o cajado no chão, tiram o gorro, ficam descalços, desatam o tecido amarram-no à cintura. Com o torso nu em sinal de respeito, ajoelham-se e prostram-se várias vezes, ritmando, com uma voz respeitosa, um pouco grave e abafada, uma série de votos de longa vida, de calma, felicidade, fecundidade para suas mulheres, de prosperidade e proteção contra os elementos adversos e contra as pessoas ruins. Tudo isso é expresso em uma linguagem enfeitada de provérbios e de fórmulas tradicionais. Em seguida os Olóyè e os Ìwèfà vão sentar-se de cada lado do rei, trocando saudações, cumprimentos e comentários sobre acontecimentos recentes que interessam à comunidade. A seguir, o rei manda servir-lhes alimentos, dos quais uma parte foi colocada diante do altar de Òsàlúfón, para uma refeição comunitária com o orixá.
 Arquétipo:Seus filhos parecem ter mais idade que possuem, pela entidade ser mais velha. São doces, calmos, andam e falam devagar, parecendo idosos. Sõa boas pessoas e sabem que alimentar ressentimentos só faz mal. Com seu jeito calmo, tentam e as vezes conquistam romances.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

PEMBA

Não conheço, aliás, nem imagino que exista um terreiro de Umbanda que não utilize a Pemba, seja ela usada nos assentamentos e firmezas, nos pontos riscados e cruzamentos de médiuns, seja em forma de pós e amacis, nos rituais e cerimoniais como batismo, casamento, conversão religiosa… Enfim, a Pemba é um dos elementos mais importantes para um Terreiro e todo o trabalho espiritual/magístico que ele realiza.
Os Pontos Riscados também têm sua importância, também estão em todos os terreiros, são “ferramentas” das mais importantes para os trabalhos espirituais realizados pelos Guias na Umbanda. São eles que ajudam a segurar a porteira, proteger o terreiro, sustentar o trabalho, quebrar demandas, enfim, são fundamentais e carregam mistérios que somente o Plano Superior conhecem e dominam.
No entanto, é de nossa responsabilidade a busca pelo Saber, mesmo que minimamente, sobre os Pontos Riscados e Pembas ou qualquer outra forma e/ou elemento de trabalho da Umbanda, só assim conseguiremos nos “afinizar” com essa religião tão poderosa e divina. Portanto, façamos nossa parte…
Pontos riscados são símbolos, signos e riscos que, sobre ação, determinação e sabedoria espiritual de espíritos e forças superiores, adquirem poderes divinos capazes de transformar ou criar qualquer energia, consequentemente, qualquer situação. Dessa forma, os Pontos Riscados podem, como “ordens mágicas”, curar, descarregar, potencializar, irradiar, abrir, fechar, imantar, quebrar, unir, apaziguar, atrair, expelir…
Os pontos riscados são traçados por Guias Espirituais e servem como reforço, como um espaço mágico realizador que durante os atendimentos espirituais beneficiam os consulentes em suas necessidades. Também servem de identificação, como uma assinatura do Guia. Compreendendo esse tipo de ponto, ponto de identificação, mesmo que de modo superficial, consegue-se entender “quem é” e “como” trabalha o Guia, ou seja, sabe-se, por exemplo, se o Caboclo é doutrinador, curador ou demandador, se tem a regência de Ogum, Oxóssi ou Oxum, enfim consegue-se se aproximar do Guia e de sua forma de trabalho, facilitando, consideravelmente, a participação do médium junto a Umbanda e toda sua potência realizadora.
Vejam alguns exemplos de representações simbólicas que normalmente vemos nos pontos riscados:
Sol – representa “tudo” – símbolo de Oxalá.
Espiral – para fora indica chamamento de força, retirando demanda. Para dentro evolução final, o encontro com o espírito, com o centro.
Seta Reta – representa a irradiação de Oxóssi (caboclo), energia dirigida.
Lança – simboliza a força e a realização, o combate que transforma, representa grande iluminação e chefia de linha ou legião. Usado pelos Pretos Velhos, Caboclos de Ogum e linha do Oriente.
Arco e flecha- força espiritual, energia e potência.
Machado – representa a busca do equilíbrio.
Balança – simboliza a justiça, a força e o poder.
Borboleta – é um símbolo da ressurreição, lembra a passagem da morte para a vida. Na Umbanda esse símbolo pertence à Yansã.
Raio duplo – a força que vem para regenerar.
Espada – representa a busca, a luta do trabalho. Simboliza o guerreiro ou apto à luta – símbolo de Ogum.
Âncora – significa esperança.
Bandeira – significa ponto de equilíbrio dos contrários
Lua – representa magia.
Chifres – representa força, poder, inteligência.
Escudo – isola e defende, simboliza a fronteira entre os adversários.
Serpente – quando morde a própria cauda é o símbolo da eternidade. Quando livre, representa a sabedoria.
Caveira – representa a inteligência e a vida.
Tridente – simboliza a evolução do espírito
Punhais – simbolizam chaves que fecham o abismo
Sete cruzes – transformação da matéria, a fronteira entre a vida e a morte.
Os traços dos Pontos Riscados podem conter vibrações específicas que potencializam o poder mágico do ponto, podem ser passivas, ativas ou absorvedoras, e isso depende do material que se usa para riscar determinado ponto. Sabemos que a pemba é Sagrada, que tem um poder ritualístico superior a qualquer outro material quando falamos em Umbanda, sabemos também que a pemba contem os quatros elementos da natureza, fogo, ar, água e terra, no entanto ela é de energia passiva, que responde a determinações, portanto, não contem uma vibração natural ativa ou absorvedora. Para chegar nessas vibrações deve-se usar outros tipos de materiais para traçar o ponto riscado, materiais que quando os médiuns de incorporação não conhecem, acabam por “travando” a solicitação do Guia Espiritual e, por consequência, seu trabalho.
A cor da pemba usada no ponto riscado também contém vibrações específicas. A cor branca, por exemplo, é harmonizadora e passiva, pode ser usada continuamente por qualquer Guia Espiritual e pelo próprio médium, já as pembas coloridas como: rosa, vermelha, marrom, azul, roxa, amarela, preta e verde, têm outras vibrações, aliás, o uso é quase que exclusivo para o traçado de símbolos sagrados propiciando a ação de determinado Orixá, o que requer cuidado, delicadeza, bom senso, conhecimento e “permissão”.
Através da pemba também se confeccionam os importantes Pós de Pembas que em uso ritualístico alcançam dimensões sutis e extensas harmonizando, descarregando e energizando os médiuns, os consulentes, o terreiro e qualquer ambiente. Sem o conhecimento teórico, energético e ritualístico esses Pós podem causar danos dificilmente revertidos, portanto devem seguir rigorosamente seu ritual de confecção e utilização.
Enfim, espero que com essas poucas explicações se perceba o quanto é fundamental estudar e conhecer a Umbanda e suas “ferramentas” de trabalho.
Espero que se perceba que, quanto mais o médium sabe mais o Guia “faz”, mais fácil é a incorporação, mais firme e coeso fica o atendimento espiritual.
Espero que se perceba que a Umbanda tem fundamento, tem lógica, tem sentido, tem o ‘porque’ e o ‘para que’. Dessa forma, estudar, buscar o conhecimento, é aproveitar a grandiosa oportunidade que é Ser Umbandista.

ANJO D`GUARDA

Horóscopo dos Anjos


Cada signo tem o seu Anjo protetor, cuja missão é iluminar, proteger e dar-nos uma visão mais simples do Mundo tornando a nossa caminhada na Terra mais suave. Alem do nosso Anjo, podemos sentir identificação com Anjos de diferentes Signos. É a liberdade de podermos apelar em outras direções.

Áries – Anjo Cassiel
21 de Março a 20 de Abril

Os nativos de Áries têm como protetor o Arcanjo Cassiel – considerado o Anjo Guerreiro. Todos os que nasceram sob a proteção deste Arcanjo são pessoas corajosas, decididas e imaginativas. Possuem um espírito inato de liderança, bem como um forte desejo de competição.
Quando invocado, o Arcanjo Cassiel ajuda a desenvolver aptidões escondidas. Como os nativos de Áries tendem a ser um pouco egocêntricos, este Arcanjo ajuda a controlar esta tendência, tornando-os mais generosos, compreensivos e benevolentes.
Oração:
“Tu que és portador da Paz, peço-Te que, no meu coração, germine a semente da vontade divina, pois sei que ela crescerá e se transformará numa árvore forte que irá me proteger ao longo de toda a minha vida. Ajuda-me a ter Paz e que a minha vida seja cheia de progresso, tanto espiritual como material.”

Touro – Anjo Anael
21 de Abril a 21 de Maio

Este Signo tem como protetor o Arcanjo Anael que, entre outras aptidões, estimula o sentido de união familiar e segurança material. Como os nativos deste signo têm tendência para dar muito valor aos bens materiais, em detrimento dos espirituais, o Arcanjo Anael ajuda-os a encontrar um equilíbrio perfeito entre ambos. Este Arcanjo facilita o desenvolvimento do sentido estético das coisas para que, desta forma, possam promover o amor e a beleza.
É frequente os protegidos deste Anjo alcançarem, com facilidade, o sucesso e concretizarem os seus desejos e ambições.
Oração:
“Tu que és portador da Alegria, Tu que és o mensageiro da luz e do futuro glorioso, ilumina o meu caminho na vida. Faz com que eu veja a luz ao fundo do túnel e a siga. Com a Tua ajuda, sei que terei coragem e alegria para concretizar todos os meus projetos, tanto a nível espiritual como material”.

Gêmeos – Anjo Raphael
22 de Maio a 21 de Junho

O Arcanjo Raphael protege aqueles que nasceram sob o signo de Gêmeos. Atua sobre a inteligência e a perspicácia dos seus protegidos, promovendo a facilidade de expressão e a capacidade de solucionar problemas complicados.
Os nativos de Gêmeos, protegidos por este Anjo, são sinceros, expressivos e comunicativos, vivendo rodeados de amigos e desejando ter sempre a companhia das pessoas que mais gosta. O arcanjo Raphael e os anjos que o acompanham atuam especialmente sobre a cura de doenças.
É frequente que as pessoas protegidas por este Arcanjo tenham o dom da cura e de ajudar os desprotegidos.
Oração:
“Tu que transportas a Esperança, coloca-a no meu coração. Nunca deixes que ela morra em mim, pois sei que sem esperança, a vida perde toda a sua beleza e eu quero ter esperança. Esperança de ser feliz, esperança de concretizar os meus objetivos e, acima de tudo, quero que ela se transforme na certeza de que nasci para realizar uma obra e que ela será realizada.”

Câncer – Anjo Gabriel
22 de Junho a 22 de Julho

Os nativos de Câncer são protegidos pelo Arcanjo Gabriel, que atua principalmente sobre o lado emocional. Quem nasce sob a sua proteção utiliza mais os sentimentos do que a razão para resolver os problemas. São pessoas sensíveis, generosas, românticas e bastante emotivas. O Arcanjo Gabriel também confere uma extrema intuição e um elevado grau de clarividência.
Ao terem o Arcanjo Gabriel como protetor, os nativos de Câncer recebem a influência dos anjos da intuição e do nascimento. Estes nativos são frequentemente, generosos e amados por todos os que os rodeiam.
Oração:
“Tu que és um Anjo Conselheiro, ajuda-me a ter sucesso. Sei que o sucesso depende da minha vontade e dos meus esforços, mas peço-Te que me concedas a graça da determinação e o poder de vencer todo o tipo de inimigos que, de algum modo, queiram impedir que eu realize a minha missão na terra, tanto a nível espiritual como material.”

Leão – Anjo Michael
23 de Julho a 23 de Agosto

O Arcanjo Michael, acompanhado pelos seus exércitos celestes, é o Anjo protetor dos nativos de Leão. Este guerreiro angelical confere aos seus protegidos a capacidade de alcançar o poder e o sucesso, dando-lhes um forte espírito de liderança. No entanto, Michael ilumina os seus protegidos no sentido de serem pessoas pacientes, dado que têm tendência para serem ansiosos e autoritários. Os anjos que rodeiam os nativos de Leão conferem-lhes coragem, poder e paixão. É frequente estes nativos serem pessoas extremamente poderosas.
Oração:
“Tu que és portador da Verdade, Tu que és transmissor da realização e proteges o trabalho útil, transmite-me auto-confiança para que eu possa avançar através desta estrada, uns dias escura e outras vezes luminosa, que é a minha vida. Ajuda-me a ser verdadeiro para comigo e aprender a ser o meu melhor amigo, pois sei que, se o conseguir, jamais estarei só e serei feliz.”

Virgem – Anjo Raphael
24 de Agosto a 23 de Setembro

Os nativos de Virgem têm como protetor o Arcanjo Raphael que lhes confere rapidez de raciocínio e inteligência crítica. As pessoas deste Signo são racionais, perfeccionistas, precisas, seletivas e metódicas. O Arcanjo Raphael influencia os Virginianos tornando-os mais generosos, compreensivos e honestos. Estes nativos estão sob a proteção dos anjos da cura, da inteligência e da iluminação. É frequente que os nativos deste Signo sejam bastante generosos e organizados.
Oração:
“Tu que és Anjo Luminoso, Tu que transportas a cura para todos os males, cura as minhas dores e liberta-me de todo o sofrimento, tanto da alma como do corpo. Ajuda-me a ser forte, tanto na minha vida profissional, protegendo os meus negócios e ensinando-me a contornar os obstáculos, como também, a aprender com os erros cometidos. Sei que, ao proceder desta forma, conquistarei uma vida gloriosa e cheia de luz.”

Libra – Anjo Anael
24 de Setembro a 23 de Outubro

Os nativos de Libra encontram-se protegidos pelo Arcanjo Anael. Este faz com que, aqueles que nascem sob sua proteção, necessitem de ter o amor sempre presente na sua vida. São muito românticos e o seu coração transborda de amor, no entanto, sentem uma forte necessidade de serem correspondidos. Os nativos deste Signo são pessoas justas e com grande interesse pelas artes. Essas características são-lhes atribuídas por Anael. Os anjos que caminham lado a lado com os nativos de Libra conferem-lhes amor, beleza, harmonia e muita Paz interior. É frequente os seus protegidos serem pessoas belas e que irradiam luz.
Oração:
“Tu que és portador da Pureza, Tu que és fonte do Amor Divino, transmite-me a Paz e a serenidade, para que eu possa superar todos os obstáculos que encontrar no meu caminho, e, deste modo, transformar-me numa pessoa bondosa e terna, justa e leal, tanto para comigo como para com os que me rodeiam.”

Escorpião – Anjo Cassiel
24 de Outubro a 22 de Novembro

Aqueles que nascem sob o Signo de Escorpião têm o Arcanjo Cassiel como protetor. Este auxilia os seus protegidos na busca da evolução espiritual, facilitando a calma e receptividade que demonstram ao ouvir a opinião dos outros.
Os nativos de Escorpião, por influência deste Arcanjo, são intensos, determinados, firmes, prudentes e enigmáticos. São orientados pelos Anjos guerreiros. É frequente os seus protegidos serem pessoas misteriosas.
Oração:
“Tu que transportas a Paz e proteges os negócios claros, faz com que eu ouça a tua voz e saiba seguir os teus conselhos para me tornar, cada dia que passa, um ser humano mais pacífico, alegre, bem-disposto, verdadeiramente feliz e que saiba dividir com os que mais precisam. Assim, por onde eu passar, Tu estarás sempre presente, ó meu Anjo adorado.”

Sagitário – Anjo Zachariel
23 de Novembro a 21 de Dezembro

Os nativos de Sagitário são protegidos pelo Arcanjo Zachariel, que favorece os assuntos relacionados com o reconhecimento público e a vitória em competições desportivas. De um modo geral, este protetor celestial confere-lhes capacidade de síntese, poder de argumentação e facilidade de falar vários idiomas. Quem nasce sob a proteção de Zachariel gosta de viajar e a sua sede por novos conhecimentos é inesgotável.
Os Anjos que pertencem à hierarquia de Zachariel transmitem aos seus protegidos facilidade para desvendar verdades escondidas. Ajudam a alcançar o sucesso e a vitória. É frequente os seus protegidos serem pessoas triunfantes.
Oração:
“Tu que és portador da Integridade e que transportas a suprema inteligência, derrama sobre mim a Tua sabedoria para que eu possa agir de forma pacífica e distribuir amor e compreensão por todas as coisas do Céu e da Terra. Assim sendo, sei que passarei a ver a sorte na minha vida e serei feliz.”

Capricórnio – Anjo Cassiel
22 de Dezembro a 20 de Janeiro

O Arcanjo protetor dos nativos de Capricórnio é Cassiel. Ele concede aos seus protegidos estabilidade a nível material. Por sua intercessão, os Capricornianos possuem uma aptidão inata para tratar de assuntos relacionados com o sector economico e financeiro.
O Arcanjo Cassiel ajuda a ultrapassar traumas de vidas passadas e transmite responsabilidade e disciplina. Assim, os seus protegidos são pessoas têm alguma dificuldade em exprimir perante os outros aquilo que sentem. Os protegidos por este Arcanjo estão também rodeados pelos Anjos do progresso espiritual, do destino e da autodisciplina. É frequente os protegidos de Cassiel serem pessoas públicas.
Oração:
“Tu que és portador da Paz, derrama sobre mim a Tua luz, suave e profunda, de modo a que eu veja sempre o caminho que percorro e possa ultrapassar todo o tipo de obstáculos. Ajuda-me a ter Paz e a ver a felicidade nas pequenas coisas do dia-a-dia. Ajuda-me a ser grande nas pequenas coisas, pois, se o conseguir, sei que serei grande nas grandes coisas.”

Aquário – Anjo Ariel
21 de Janeiro a 19 de Fevereiro

Os nativos do Signo Aquário são protegidos pelo Arcanjo Ariel, que governa os assuntos relacionados com os milagres, a magia e as mudanças súbitas. É considerado o Arcanjo da Sorte e da Graça, provocando mudanças benéficas e oportunas na vida dos seus protegidos e ajudando-os a evoluir como seres humanos. Transmite paz, amor e compreensão.
Os Anjos que rodeiam os nativos deste signo são responsáveis pelos milagres e pela liberdade. Os seus protegidos são, frequentemente pessoas “santas” e caridosas.
Oração:
“Tu que és portador da Força Divina, volta-Te para mim e eleva o meu espírito de modo a que eu possa entrar em perfeita sintonia contigo e apaziguar os meus pensamentos e o meu sofrimento. Quero ter coragem de ser feliz e ficar em harmonia com todas as coisas do Céu e da Terra, pois sei que é essa a Tua vontade.”

Peixes – Anjo Zachariel
20 de Fevereiro a 20 de Março

Quem nasce sob o signo de Peixes tem como protetor celestial o Arcanjo Zachariel que domina o setor emocional. Pela intervenção deste Arcanjo, os Piscianos são pessoas emotivas e sensitivas. Zachariel desenvolve, nos seus protegidos, a compaixão, a compreensão e a caridade. Estes nativos preocupam-se mais com o bem-estar dos outros do que com o seu próprio. Os nativos deste signo são sempre acompanhados pelos Anjos da salvação, da oração e da devoção.
Oração:
“Tu que és portador da Sorte, ajuda-me a ter a coragem e a determinação necessárias para atingir os meus objetivos. Sei que a sorte depende de mim e da minha obediência em seguir os teus conselhos. Faz com que eu tenha clareza de pensamentos para saber distinguir a inspiração que Tu me dás e a saiba seguir.”

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

CIGANOS NA UMBANDA

Ciganos na Umbanda


Uma Linha de entidades trabalhadas por alguns terreiros de Umbanda
Tem as Festas e as giras muito bonitas, muitos lêem as mãos ou jogam cartas, são serenos, bons aconselhadores e muito bons pra saber algo do destino no sentido de ajudar, principalmente em assuntos de amor, lembrando que nem tudo pode ser dito, pois na vida existem muitas provações e temos que passar por elas, mas com certeza de uma forma ou de outra somos ajudados também por essa bonita e alegre linha.

mas não todos, conhecida também por muitos como fazendo parte da Linha do Oriente.

Os Espíritos Ciganos são também, uma linha de trabalhos espirituais que busca seu espaço próprio, pela força que demonstram em termos de caridade e serviços a humanidade. Seus préstimos são valiosas contribuições no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual, e tem seu alicerce em entidades conhecidas popularmente com "encantadas".

São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro dos rituais da Umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus, tal confusão se dava por algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exus e Pombas-Gira. Hoje, o culto está mais difundido, se sabe e se conhece mais coisas sobre essas entidades, chegando algumas casas a terem um ou mais dias específicos para o culto aos espíritos ciganos.

Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual, como dissemos; se apresentam também em rituais do tipo mesa branca, Kardecistas e em outros rituais específicos de culto à natureza e todos os seus elementos, por terem herdado de seu povo, o cigano, o amor incondicional à proteção da natureza.

Encontraram na Umbanda um lugar quase ideal para suas práticas por uma necessidade lógica de trabalho e caridade.

Na Umbanda passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma maneira mais rápida de se adaptarem a cultos e é por isso que hoje é onde mais se identificam e se apresentam.

São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais.

Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza e
                                  
 se utilizam exclusivamente de magia branca natural, como banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas.
Diferentemente do que pensamos e aprendemos, raramente são incorporadas, preferindo trabalhar encostadas e são entidades que devem ser cultuadas na direita, pois quando há necessidade de realizarem qualquer trabalho na esquerda, são elas que se incumbem de comandar as entidades ciganas que trabalham para este fim, por isso, não precisam de assentamentos. Por isso tudo fica evidenciado que são entidades que trabalham exclusivamente para o bem.
Santa Sara Kali é a Santa do Povo Cigano e sua orientadora para o bom andamento das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sara é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum sincretismo.
Ciganos na Umbanda, são espiritos desencarnados homens e mulheres que pertenceram ao povo cigano.
Os ciganos em geral, tem seus rituais especificos e cultuam muito a natureza, os astros e ancestrais.
Dentro da Umbanda, trabalham para o progresso financeiro e para as causas amorosas. Cheios de simpatias espirituais, os espiritos ciganos trabalham para a cura de doenças espitiruais também.
Os ciganos, dentro da ritualistica umbandista, falam a língua "portunhol", alguns, poucos, falam o romanês, língua original dos ciganos. As incorporações acontecem geralmente em linha própria, mas nada impede que alguns deles possam a vir trabalhar na linha de esquerda.

Oração a Santa Sara

Santa Sara, minha protetora, cubra-me com seu manto celestial. Afaste as negatividades que porventura estejam querendo me atingir. Senhora, protetora dos Ciganos, sempre que estivermos nas estradas do mundo proteja-nos e ilumine nossas caminhadas.
Santa Sara, pela força das águas, pela força da Mãe-Natureza, esteja sempre ao nosso lado com seus mistérios. Nós, filhos dos ventos, das estrelas, da lua cheia e do Pai, só pedimos a sua proteção contra os inimigos.
Ilumine nossas vidas com seu poder celestial, para que tenhamos um presente e um futuro tão brilhantes, como são os brilhos dos cristais. Ajude os necessitados, dê luz para os que vivem na escuridão, saúde para os que estão enfermos, arrependimento para os culpados e paz para os intranquilos.
Santa Sara, que o seu raio de paz, de saúde e de amor possa entrar em cada lar neste momento. Dê esperança de dias melhores para essa humanidade tão sofrida. Santa Sara milagrosa, protetora do Povo Cigano, abençoe a todos nós, que somos filhos do mesmo Deus.

Muito Axé a todos!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

IANSÃ

Iansã, ou Oyá, é um orixá cuja figura, no Brasil, é sincretizada com Santa Bárbara, católica.
Oyá, a deusa do Rio Niger, é representada com um alfange e uma cauda de animal nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.
Na mitologia iorubá, Xangô casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: Oyá, Oxum, deusa do rio Osun e Obá, deusa do rio Obá.Nas lendas provenientes do candomblé, Iansã foi mulher de Ogum e depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.
O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã pode ser traduzido como a mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer. Ao contrário do que muitos pensam Iansã não quer dizer a mãe dos nove. Xangô a chamava de Iansã pois dizia que Oyá era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa é sua cor por excelência.
Na liturgia da umbanda, Iansã é senhora dos eguns, os espíritos dos mortos, menos cultuados no Candomblé.
•    Na umbanda a guia de Iansã é de cor amarela e no candomblé é vermelha. No candomblé também é chamada de Oyá. Seu dia da semana é quarta-feira e sua saudação é Eparrei.
Mitologia iorubá
Obatalá, deus dos céus, e Odudua, deusa da terra, se casaram, e tiveram dois filhos: Aganju e Iemanjá. Aganju e Iemanjá se casaram, e tiveram um filho, Orungan. Orungan se apaixonou pela própria mãe e, aproveitando a ausência do pai, a violentou. Desta união nasceram quinze deuses, dentre os quais Xangô e Oyá.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ògúm

Ogum
Ogum (em yoruba: Ògún) é, na mitologia yoruba, o orixá ferreiro,senhor dos metais. O próprio Ogum forjava suas ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura, e para a guerra. Na África seu culto é restrito aos homens, e existiam templos em Ondo, Ekiti e Oyo. Era o filho mais velho de Oduduwa, o fundador de Ifé, identificado no jogo do merindilogun pelos odu etaogunda, odi e obeogunda, representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba ogun.
Ogum é considerado o primeiro dos orixás a descer do Orun (o céu), para o Aiye (a Terra), após a criação, um dos semideuses visando uma futura vida humana. Em comemoração a tal acontecimento, um de seus vários nomes é Oriki ou Osin Imole, que significa o "primeiro orixá a vir para a Terra".
Ogum foi provavelmente a primeira divindade cultuada pelos povos yorubá da África Ocidental. Acredita-se que ele tenha wo ile sun, que significa "afundar na terra e não morrer", em um lugar chamado 'Ire-Ekiti'.
É também chamado por Ògún, Ogoun, Gu, Ogou, Ogun e Oggún. Sua primeira aparição na mitologia foi como um caçador chamado Tobe Ode.

Família
É filho de Oduduwa e Yembo, irmão de Xangô, Oxossi, Oxun e Eleggua. Ogum é o filho mais velho de Odudua, o herói civilizador que fundou a cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se seu regente em Ifé.
Ogum é um orixá importantíssimo na África e no Brasil. Sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imolé.
Os Igba Imolé eram os duzentos orixás da direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos orixás da esquerda.
Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza.
O guerreiro
Era um guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Tem semelhança com o vodum Gu.
Arquétipo
De acordo com Pierre Verger, o arquétipo de Ogum é o das pessoas fortes, aguerridas e impulsivas, incapazes de perdoar as ofensas de que foram vítimas.Das pessoas que perseguem energicamente seus objetivos e não se desencorajam facilmente.Daquelas que, nos momentos difíceis, triunfam onde qualquer outro teria abandonado o combate e perdido toda a esperança.Das que possuem humor mutável, passando de furiosos acessos de raiva ao mais tranqüilo dos comportamentos.Finalmente, é o arquétipo das pessoas impetuosas e arrogantes, daquelas que se arriscam a melindrar os outros por uma certa falta de discrição quando lhe prestam serviços, mas que, devido à sinceridade e franqueza de suas intenções, tornam-se difíceis de serem odiadas.
Aspecto
Na Santeria Ogum é dono dos montes junto com Oshosi e dos caminhos junto com Eleggua. Representa o solitário hostil que vaga pelos caminhos. É um dos quatro Orixás guerreiros. Suas cores são o azul e branco ou branco e vermelho.
No Candomblé Ogum é o Orixá ferreiro dono de todos os caminhos e encruzilhadas junto com seu irmão Exu, também é tido como irmão de Oxossi e uma ligação muito forte com Oxaguian de quem é inseparável, aparece como o Senhor das guerras e demandas, suas cores são Azul cobalto e o verde e na Umbanda sua cor é o vermelho.
Oferendas e danças
Sacrificam-se bodes, galos, galinhas-de-angola (macho), pombos, e patos. Todos os orixás masculinos (agboros) recebem sacrifícios de animais machos.
Diferentes mitologias
Ogum no Haiti (é um vodun haitiano, um loa) do fogo, do ferro, da caça, da política e da guerra. É o patrono dos guerreiros, e normalmente é mostrado com seus artefatos: facão e espada, rum e tabaco. Ogum é um dos maridos de Erzulie e foi marido de Oyá e Oxum na mitologia yorubá.
Tradicionalmente um guerreiro, Ogum é visto como uma poderosa divindade dos trabalhos em metal, semelhante à Ares e Hefesto na mitologia grega e Visvakarma na mitologia hindu. É representado, no Brasil, como São Jorge; como tal, é poderoso e triunfal, mas também exibe a raiva e destrutividade do guerreiro cuja força e violência pode virar contra a comunidade que ele serve.
Dá força através da profecia e magia, e é procurado para ajudar as pessoas a obter mais um governo que dê resposta às suas necessidades.
Brasil
Na tradição religiosa afro-brasileira Candomblé, Ogum (como é conhecida essa divindade yorubá no idioma português) é frequentemente identificado com São Jorge. Isto acontece, por exemplo, no estado do Rio Grande do Sul e na cidade do Rio de Janeiro. No entanto, Ogum também é representado por Santo Antonio, como frequentemente é feito na região nordeste do Brasil, por exemplo, na Bahia.
Qualidades de Ogum
•    Ògúnjà
•    SoróKè
•    Wari
Lakàiye
•    Méjèje
•    Omini
•    Olode
•    Onírè
•    Alágbède
•    Méjè         Sete folhas mais utilizada para Ogum
•    Iji opé
•    Ida orixá
•    Atoribé
•    Okiká
•    Ojusaju
•    Peregun
•    Ewurô
     Características
•    Dia: terça-feira;
•    Metal: ferro;
•    Cor: azul marinho ou azul escuro e verde.
•    Comida: feijoada e inhame;
•    Arquétipo: impetuosos, autoritários, cautelosos, trabalhadores, desconfiados e um pouco egoístas;
•    Símbolos: espada, facão, corrente de ferro.

Cuba
Em Cuba, na santeria e na Palo Mayombe, ele é chamado de São Pedro, São Paulo, São João Batista, São Miguel Arcanjo e São Rafael Arcanjo.
Dentro dessas crenças, Ogum é dono dos montes junto com Oshosi e dos caminhos junto com Eleggua. Representa o solitário hostil que vaga pelos caminhos. É um dos quatro orixás guerreiros. Suas cores são o verde e o preto. Ogum é considerado o Orisha dos ferreiros, das guerras, da tecnologia é violento e interessante.
Na mitologia Fon, Gu é o deus da guerra e patrono da deidade dos ferreiros e dos artesãos. Ele foi enviado à Terra para torná-la um local agradável para as pessoas viverem, e ele ainda não terminou sua tarefa.
Haiti
No Haiti, Ogoun é um lwa cultuado no vodun haitiano.


Símbolo Vodun Ogoun.
A maioria dos africanos que foram levados como escravos para o Haiti eram da Costa da Guiné da África ocidental, e seus descendentes são os primeiros praticantes de vodou (aqueles africanos trazidos ao sul dos Estados Unidos, eram primeiramente do reino de Congo). A sobrevivência do sistema da crenças no novo mundo é notável, embora as tradições mudem com o tempo. Uma das maiores diferenças, entretanto, entre o vodun africano e o Haitiano é que os africanos transplantados do Haiti foram obrigados a disfarçar o seu lwa, ou espíritos, como santos católicos romanos, neste país, com Santiago el Mayor, num processo chamado sincretismo.
Outras características
Em todas as suas encarnações, segundo as diferentes crenças, Ogum é impetuoso e de espírito marcial. Ele também está relacionado com o sangue e, por esse motivo, muitas vezes é chamado para curar doenças sanguíneas., em especial a anemia ferropriva, pois acredita-se que a deficiência de ferro no organismo humano, seja a falta da energia de Ogum.
No culto dos orixás, ele aparece com outras identidades, tais como Ogum Akirum, Ogum Alagbede, Ogum Alara, Ogum Elemona, Ogum Ikole, Ogun Meji, Ogum Oloola, Ogum Onigbajamo, Ogum Onire, Ogun-un e Onile, sendo este último uma encarnação feminina.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

(exemplo de vida)| Agenor Miranda Rocha

“Sou zelador-de-santo” | Agenor Miranda Rocha

Entrevista com um dos mais respeitados pais-de-santo do Brasil, Agenor Miranda Rocha emite opiniões corajosas sobre o candomblé.
A reabertura dos terreiros de candomblé no feriado religioso de Corpus Christi traz, todo ano, à Bahia um dos mais queridos e respeitados sacerdotes do povo de santo, o oluwô (dono dos segredos) Agenor Miranda Rocha, 93 anos. No último dia 13, ele se dividiu na típlice jornada de visitar o Gantois, a Casa Branca e o Ilê Axé Opô Afonjá.
Poeta, intelectual, escritor, cantor lírico e educador, ele é o responsável pelo jogo que indica os representantes na sucessão para as grandes casas de candomblé da Bahia. Foi seu jogo que nomeou mãe Stella, para o Opô Afonjá, e Tatá, para a Casa Branca. Pelo apartamento de pai Agenor, no Rio, passam, diariamente, dezenas de pessoas, incluindo artistas globais e políticos, que confiam a vida ao seu jogo de búzios.
Natural de Angola, pai Agenor veio para a Bahia com 5 anos de idade. Ainda criança, recebeu, de Eugênia Ana dos Santos, mãe Aninha, a vocação para o candomblé. A vida do oluwô já foi registrada em um livro, de Diógenes Rebouças Filho (Pai Agenor http://www.corrupio.com.br/cat_agenor.htm, editora Corrupio, 1997), e, agora, será tema do documentário Um Vento Sagrado, com roteiro e direção de Walter Pinto Lima e Carlos Vasconcelos Dominguez (este, morto no ano passado).
Nesta entrevista, concedida no último dia 16, antes de voltar para o Rio de Janeiro, pai Agenor fala sobre sua concepção de candomblé, critica o sacrifício de animais, o jogo cobrado e a grande exposição que a religião ganhou atualmente.
P – Quando e como surgiu sua vocação para pai-de-santo?
R – Não sou pai-de-santo, sou zelador-do-santo. O santo é que é meu pai. Eu acho esta nomenclatura (pai-de-santo) muito errada. Eu zelo.
P – Como o senhor vê, então, a utilização da nomenclatura pai-de-santo pelo candomblé?
R – Eu já encontrei isso quando fiz santo. Eu é que não me sinto bem em dizer que sou pai-do-santo. Para eles (algumas pessoas do candomblé), é uma glória dizer isso.
P – Voltando à sua vocação para zelador-de-santo, quando e como ela surgiu?
R – Eu tinha 5 anos. Na verdade, não fui eu quem procurou o candomblé, o candomblé é que me procurou. Minha família era toda católica, apostólica, romana, nunca “assistiu” a um candomblé. Nasci em Ruanda, capital de Angola. Vim para a Bahia com 5 anos. A vocação surgiu desde que eu nasci. Um africano disse isso para minha mãe antes do meu nascimento. Ela não acreditou, mas ele acertou em tudo. Ela me esperava para outubro, ele disse que era para setembro. Eu nasci no dia 8 de setembro de 1907. Disse que eu ia trazer uma mancha vermelha na cabeça. Eu trouxe. Quando chegamos aqui, na Bahia, eu fiquei para morrer. Os médicos desenganaram-me. Minha mãe Aninha, a que fundou o Axé Opô Afonjá, fez o jogo e disse que eu não tinha nada, que era o orixá que iria ser feito. Fez-se o orixá, em 1912, e eu estou aqui.
P – O senhor ocupa um dos mais altos postos no candomblé. Como atua um oluwô?
R – A mando dos orixás. Sem alarde e sem vaidade. Na realidade, o magistério é que foi minha carreira. Trabalhei no magistério 47 anos, e saí com pena. Eu nunca vivi do santo. Eu vivo para o santo. Até meu jogo de búzios, nunca cobrei. Não cobro, porque eu duvido um pouco dessa caridade cobrada. Ela deixa de ser caridade quando é cobrada. Eu sou feliz, os orixás me deram essa missão, mas me deram também uma profissão. Então, não há necessidade de eu cobrar.
P – Nesses seus 93 anos, houve algum fato, alguma experiência que o marcou? No candomblé, por exemplo?
R – Diversos. Teve um episódio na minha casa, no Leme, no Rio, em 1947. Eu sonhei com Xangô me dizendo que estava segurando a casa até eu me mudar, pois a casa iria desabar. Eu mudei às 5 horas. Às 7 horas, a casa desabou. Então, eu tenho que ter amor aos orixás. Não posso vendê-los, me aproveitar.
P – Na Bahia do Senhor do Bonfim, o sincretismo religioso está muito presente. Qual a sua opinião sobre o sincretismo, considerando que o senhor é um zelador-de-santo, filho de pais católicos?
R – Não há crime nenhum no sincretismo, porque, se não fosse o sincretismo, não haveria candomblé hoje. Essa é que é a verdade. As mães-de-santo e os pais-de-santo não querem o sincretismo. Mas tem que haver. Se não fosse o sincretismo, como é que o candomblé iria sobreviver até hoje? Teria morrido. Agora, eles não gostam quando eu falo isso. Mas eu falo o que sinto. Não falo pelos outros, falo por mim.
P – O senhor é devoto de Santo Antônio e de São Francisco de Assis e vai sempre à cidade de Assis, na Itália, venerar São Francisco. Como é que o senhor lida com isso dentro do candomblé? Existe preconceito?
R – Se há preconceitos, é com eles. Eu sou eu. Nunca tive conflito. E, agora, tem mais uma coisa: eu sou do santo, católico e espírita. Assim como na família: nem todos são iguais, mas convivem bem. Não é isso? É uma questão de fé.
P – O senhor tem uma veia poética Sua mãe era cantora lírica e seu pai, diplomata. Como surgiu sua ligação com a poesia?
R – É muito forte. Eu me acho poesia; então, olhando poesia, vou fazendo poesia e me sinto bem. Desde criança já fazia versos. Eu tenho um livro de poesia publicado com o nome de Oferenda. Gravei também um disco de ópera, um de fado e outro de canções napolitanas. Fui cantor. Cantei com Bidu Sayão. Éramos muito amigos.
P – O senhor fez poemas sobre o candomblé?
R – Não! No tempo que eu fiz santo, tudo era segredo. Hoje é que o candomblé está banalizado.
No meu tempo, não tinha nem vaidade nem essa divulgação.
P – Qual a diferença do candomblé do passado para o candomblé atual?
R – Bom, eu costumo, numa frase, mostrar: eu sou do candomblé de morim (pano de algodão muito fino e branco). Hoje, é candomblé de lamê (plumas, lantejoulas). Parece uma escola de samba.
P – O sacrifício de animais, um dos ritos mais comuns e simbólicos do candomblé, é contestado pelo senhor. Por quê?
R – Acho que é uma maldade. Os orixás, que são fragmentos da natureza, precisam de sangue? Matar os animais que representam a natureza? Matar, além de tudo, com uma faca, devagarinho, com cantiga, até chegar em uma palavra para tirar a cabeça do bicho. Não dá! Sou contra a matança. Na vida, tudo evolui com o tempo. O candomblé podia ter evoluído um pouquinho, ser mais moderado. O candomblé, hoje, é um luxo.
P – Quanto à humanidade, que perspectivas há para ela diante das espécies em extinção, do desmatamento e da poluição ambiental?
R – Desse jeito, vamos chegar ao caos. Destruindo a natureza, o homem acaba consigo mesmo. As pessoas deveriam seguir a evolução natural da Terra. Não deveriam ter tanta inveja, tanta sede de poder. Da sede do poder, nasce a inveja, que é um sentimento muito negativo. Destrói uma pessoa. Aconselho às pessoas a não terem inveja e a viver, cada um, com o que Deus lhe deu. Se eu não tenho inveja, quero que as pessoas subam e não que caiam. Cada um tem seu valor.
P – Que lembranças o senhor traz da época de Getúlio Vargas, quando trabalhou como técnico em educação?
R – Muita gente fala mal do Getúlio, mas eu só trago boas lembranças. Sempre me tratou muito bem, com muita amizade. Até mesmo carinhosamente. Então, não posso dizer nada. Trabalhei com ele em 1933, 1934 e 1935. Para mim, Getúlio era muito bom, era meu amigo e, para mim, meus amigos não têm defeitos.
P – Como é que está a situação política do Brasil hoje para o senhor?
R – Não me pergunte isso, porque eu quero sair daqui para o avião. Não quero sair daqui para a cadeia. Se a gente for falar o que sente… Eu acho que o Brasil poderia estar numa situação muito melhor, se nós tivéssemos no alto poder, mais patriotas.
P – O que o senhor está achando do documentário?
R – Quiseram que eu fosse estrela, e Oxalá consentiu.
Fonte: Gladys Pimentel
Jornal A Tarde 24/06/2001

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Oxaguian é um Oxalá jovem. Sempre de branco. Usa espada, escudo, polvarim e mão de pilão. Guerreiro, seu dia da semana é sexta-feira. Come cabra, e é o dono do inhame.
Seu lugar no Panteão dos Orixás.
Oxaguian ou Oxaguiã: Divindade Yorubá, cultuado no Candomblé afro-brasileiro.
Segundo a mitologia Yorubá, o universo foi criado por Olorum. Os filhos de Olorum são os Orixás, que receberam cada qual atribuições e responsabilidades sobre a criação de seu Pai. O primeiro e mais velhos dos Orixás é Oxalá, a quem se credita a criação do Homem.
Oxaguian é apontado como o aspecto jovem de Oxalá, outras vezes é apontado como filho de Oxalufã, o qual é tido como o aspecto velho de Oxalá. Oxaguian, "o moço", na sua forma "guerreira" de Oxalá, carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza.
Na mitologia Yorubá, os Orixás associam-se a cidades ou regiões africanas, que seriam regidas ou favorecidas por seu respectivo Orixá. Seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo.
Orixá do dinamismo e movimento construtivo, da cultura material. Seu domínio são as lutas diárias por sustento e trabalho e a paz. Oxaguian incentiva o trabalho e a superação. Oxaguian é o provedor, é o guerreiro da paz. Nunca entra numa batalha para perder, sempre ganhando suas lutas e superando quaisquer obstáculos.
É sempre retratado como um guerreiro forte, astuto e conquistador, Oxaguian rege as inovações, a busca pelo aprimoramento, o inconformismo. É um Orixá relacionado com o sustento do dia a dia, gostando de mesa farta. Seu sustento vem do fundo da terra ou da floresta. Ele detém todas as armas e as usa para alcançar seus objetivos, que são: dar para quem tem fome e até tomar de quem tem muito e não tem fome.
Sua comida favorita é o inhame. Sendo orixá das inovações e invenções, criou para si o pilão, de tal forma que pudesse saborear seu prato favorito. Daí inclusive deriva seu nome: Oxaguian significa literalmente “Orixá comedor de Inhame Pilado”.
Diz-se que enquanto Ogum fornece meios (ferramentas e armas) Oxaguian fornece inteligência e vontade para vencer. Representa o início de um movimento. Este orixá tem personalidade violenta e severa.
É com Oxaguian que se encerra o ciclo das festas de Oxalá com a festa do Pilão de Oxaguian (ojó odo)- o dia do pilão.
Características
Suas armas (Ferramentas símbolos) são: espadas (sabre), Ofá (arco e flecha), Atori (Vara), Polvarim, Escudo e mão de pilão (seu maior símbolo);
Suas Cores: Branco e azul-claro;
Seu dia de devoção: Sextas-feiras;
Sua comida: é a canjica branca com oito bolas de inhame por cima;
Seu Metal: Prata e metais brancos;
Suas contas são: brancas intercaladas de azul claro;
Sua festa: Pilão de Oxaguiã (festa dos inhames novos);
Seus elementos: O Ar e a Atmosfera;
Saudação:Exêu epa bàbá!!!
Arquétipo dos filhos de Oxaguian
A liderança é uma de suas especialidades. Duas características dividem os filhos de Oxaguian: Uns são amigos das intrigas, são orgulhosos, se acham os melhores , são faladores. Outros são voltados para a família, calmos e guardam segredos para si, mas todos são teimosos ou como eles próprios dizem determinados.
Na verdade são duas faces de Oxaguian, numa delas estão os filhos que carregam a espada e os outros, os mais calmos carregam a mão de pilão.
Os filhos de Oxaguian são valentes, guerreiros, combativos, geniosos, intuitivos , são instáveis, têm caráter romântico e são sensuais. Os filhos de Oxaguian não desprezam o sexo e cultivam o amor livre.
Além destas características, são alegres, gostam profundamente da vida, são faladores e brincalhões. Ao mesmo tempo são idealistas, defensores dos injustiçados, dos fracos e dos oprimidos.
Frequentemente são Orgulhosos, sedentos de feitos gloriosos.
Oxaguian é um jovem guerreiro combativo, seus filhos são habitualmente altos, esguios, eventualmente robustos, mas não são agressivos ou brutais.
Os filhos de Oxaguian são ciumentos e detestam concorrência. São criativos, generosos, inteligentes, sábios e justos. Em seu aspecto negativo porém, são também lentos, mandões, teimosos e podem ser violentos.
Itan do nascimento. Nasceu dentro de uma concha de caramujo. Não tinha mãe. E quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem sentido e sem rumo. Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame pilado. Apesar de feliz com sua nova cabeça branca, ela esquentava muito, e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos. E sofria muito. Um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do medo que sentia, o calor era insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu.
Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava o tempo todo com o orixá.
Então Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça branca, mas tanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e sem problemas. A partir deste dia ele e Ogum andam juntos transformando o mundo. Oxaguiã depositando o conflito de idéias e valores que mudam o mundo e Ogum fornecendo os meios para a transformação, seja a tecnologia ou a guerra.
Batalha dos Atoris
Itan Batalha dos Atoris. Na cidade Africana de Eleegibò até hoje por ocasião de sua festa os habitantes são divididos entre dois bairros e trocam golpes de atori (varas), relembrando o mito que diz sobre um Babalaô seu amigo que foi preso pelos guardas de Eleegibò ,por que se referiu o Rei como, Oxaguian (Orixá Comedor de Inhame) tendo sido encontrado no calabouço Oxagüian pediu-lhe perdão só aceito se os moradores da cidade trocasse golpes de varas durante suas festas (sob pena de não haver boa colheita caso isto não acontecesse).
 O Castelo de Ogum
Itan O Castelo de Ogum, Oxaguian, jovem filho guerreiro de Oxalá, acompanhava Ogum pela terra em suas guerras. Aproveitava de toda ocasião em que a guerra criava destruição para reconstruir no lugar algo maior e mais próspero. Assim espalhou pelo mundo prosperidade, sem descanso, obrigando todos a trabalhar e progredir. Onde via preguiça, inspirava movimento e crescimento. Um dia, entre uma batalha e outra, Oxaguian foi à cidade de Ogun para buscar provisões e encontrou um castelo que acabava de ser construído pelo povo do lugar em oferecimento a Ogum. Oxaguian perguntou ao povo: “Que vão fazer agora que terminaram de construir o castelo do seu rei?” “Descansar”, eles responderam. Oxaguian retrucou: “O seu rei ainda demora a voltar; vocês devem aproveitar deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo ainda melhor e encham de alegria o seu rei.” Sacou da espado e com um toque empurrou a parede do castelo, que ruiu todo.” Oxaguian voltou para a guerra, e o povo pôs-se a construir um castelo ainda melhor.
O tempo passou e Oxaguian voltou à cidade de Ogun em busca de mais provisões. Encontrou lá um castelo ainda maior e melhor do que o que tinha derrubado. Semelhante diálogo se travou. Oxaguian perguntou ao povo: “Que vão fazer agora que terminaram o castelo do seu rei?” “Vamos descansar”, eles responderam. Oxaguian interrogou: “Mais uma vez, o seu rei demora a voltar; vocês que aproveitem ainda deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo melhor para o seu rei.” Como tinha feito antes, sacou da espado e com um toque derrubou o castelo.” E partiu para guerra, voltando sempre em busca de novas provisões. Tantas vezes isto aconteceu que o povo do lugar se transformou em um povo de grandes construtores, desenvolvendo engenharia e arquitetura soberba, reconhecida mundialmente. Oxaguian promove o progresso. Não gosta de ver ninguém parado.
Ogum faz instrumentos agrícolas para Oxaguian
Oxaguian, rei de Ejigbô, o Elejigbô, chamado "Orixá-Comedor-de-inhame-pilado", inventou o pilão para saborear mais facilmente seus prediletos inhames. Todo o povo do seu reino adotou a sua preferência. Todo o povo de Ejigbô comia inhame pilado. E tanto seu comia inhame em Ejigbô que já não se dava conta de plantá-lo. E assim, grande fome se abateu sobre o, povo de Oxalá.
Oxaguian foi consultar Exu, que o mandou fazer sacrifícios e procurar o ferreiro Ogum, que naquele tempo viva nas terras de Ijexá. O que podia fazer Ogum para que o povo de Ejigbô tivesse mais inhame?, consultou Oxaguian. Ogum pediu sacrifícios e logo deu a solução. Em sua forja, Ogum fez ferramentas de ferro.
Fez a enxada e o enxadão, a foice e a pá, fez o ancinho, o rastelo, o arado. "Leve isso para o seu povo, Elejigbô, e o trabalho na plantação vai ser mais fácil. Vão colher muitos inhames, mais do que agora quando plantam com as mãos", disse Ogum. E assim foi feito e nunca se plantou tanto inhame e nunca se colheu tanto inhame. E a fome acabou.
O povo de Ejigbô, agradecido cultuou Ogum e ofereceu a ele banquetes de inhames e cachorros, caracóis, feijão-preto regado com azeite-de-dendê e cebolas. Ogum disse a Oxaguian: "Na casa de seu Pai todos se vestem de branco, por isso também assim me visto para receber as oferendas". E o povo o louvava e Ogum ficou feliz. E o povo cantava: "A kaja lónì fun Ògúnja mojuba". "Hoje fazemos sacrifício de cachorros a Ogum, Ogunjá, Ogum que come cachorro, nós te saudamos". Oxaguian disse a Ogum: "Meu povo nunca há de se esquecer de sua dádiva. Dê-me um laço de seu abadá azul, Ogum, para eu usar com meu axó funfun, minha roupa branca. Vamos sempre nos lembrar de Ogunjá". E, do reino de Ejigbô até as terras de Ijexá, todos cantaram e dançaram.
Referência Bibliográfica: VERGER, Pierre; Orixás, Deuses Iorubás na Africa e no Novo Mundo; 5.ª ed; Currupio, Salvador, 1997. VERGER, Pierre; Notas sobre o culto aos orixás e voduns; Edusp, São Paulo, 1999. PRANDI, Reginaldo; Mitologia dos Orixás; Companhia das Letras, São Paulo, 2001.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Zé Pelintra (também Zé Pilintra) é uma personagem folclórica e espiritual das mitologias afro-brasileiras e regionais da umbanda e do catimbó (ou catimba).Bastante considerado, especialmente entre os umbandistas, como o espírito patrono dos bares, locais de jogo e sarjetas (embora não alinhado com entidades de cunho negativo), é uma espécie de transcrição arquetípica do "malandro". No seu modo de vestir, bastante típico, Zé Pelintra é representado trajando terno completo na cor branca, sapatos de cromo, gravata grená ou vermelha e chapéu panamá de fita vermelha ou preta.Apesar de ter importância religiosa tanto para os praticantes de catimbó quanto de umbanda, Zé Pelintra é entidade originária desta última. A absorção da entidade de uma religião por outra se processou quando os grandes centros urbanos do sudeste do Brasil passaram a englobar antigas áreas rurais e estimular a migração de trabalhadores de outras partes do país, em seu processo de desenvolvimento. Na medida em que isso foi acontecendo, os sacerdotes do catimbó passaram a considerar Zé Pelintra como uma entidade pertencente, também, ao seu próprio culto.Zé Pelintra é invocado quando seus seguidores precisam de ajuda com questões domésticas, de negócios ou financeiras e é reputado como um obreiro da caridade e da feitura de coisas boas.

Diferença entre Zé Pilintra na umbanda e no catimbó
A umbanda é um culto legitimamente Brasileiro com seus próprios rituais e estrutura, enquanto que o catimbó é uma forma regional de sincretismo entre elementos tanto afro-brasileiros, europeus e indígenas (animista, católico e naturalista, portanto)Na umbanda Zé Pelintra é um Guia incorporado na linha do Povo da Malandragem, mas em certos casos pode vir na linha de Exu, enquanto que no Catimbó ele é visto como um espírito errante, espírito desencarnado, líder de uma "falange" de "malandros". Zé Pelintra é acreditado como pertencente à linha das almas, seres humanos desencarnados cuja missão é auxiliar no benefício da Humanidade como forma de expiação de uma vida anterior de extrema dissipação material.
Distribuição de seguidores e fama
Majoritariamente os seguidores de Zé Pelintra concentram-se nos ambientes urbanos de Rio de Janeiro e São Paulo, mas eles também podem ser encontrados no Nordeste do Brasil, entre os "catimbozeiros", e nas áreas rurais de praticamente todo o país.Zé Pelintra, tanto na umbanda quanto no catimbó, é tido como protetor dos pobres e uma entidade de importância entre as classes menos favorecidas em geral, tendo ganhado o apelido de "Advogado dos Pobres", pela patronagem espiritual e material que exerce.
Na mídia e cultura popular
O famoso compositor e cantor Chico Buarque baseou sua personagem principal na Ópera do Malandro nos modos e trejeitos de Zé Pelintra (novamente um caso onde o folclore urbano se mistura ao religioso).