Todo Umbandista já deve ter ouvido a frase “Umbanda é pé no chão”.
Mas será que todos sabem o porque de ficarmos descalços em nossos
terreiros? São três motivos principais. O primeiro é que o solo
representa a morada dos nossos antepassados e quando estamos descalços
tocando com os pés no chão estamos entrando em contato com estes
ancestrais e, consequentemente, com todo o conhecimento e a sabedoria
que esse passado guarda. O segundo motivo pelo qual tiramos os calçados é
o respeito ao solo sagrado do terreiro. Imagine que vir da rua com os
sapatos sujos e entrar com eles onde nossos trabalhos espirituais são
realizados seria como alguém entrar em nossa casa carregando uma
montanha de lixo que vai caindo e se espalhando por todos os cantos.
Diante desta situação você diria o quê? No mínimo que essa tal pessoa
não tem respeito por você ou pela sua casa. O terceiro motivo é o fato
de que naturalmente nós atuamos como “para-raios” e ao recebermos
qualquer energia mais forte, se estivermos descalços sem nenhum material
isolante entre nosso corpo e o chão, ela automaticamente se dissipa no
solo. É uma forma de garantir a segurança do médium para que não acumule
ou leve determinadas energias consigo. Além de tudo isso podemos dizer
também que realizar nossos trabalhos espirituais descalços é uma forma
de representar a humildade e a simplicidade do Rito Umbandista.
Vale lembrar que no início este costume, nos cultos de origem
africana, tinha outro significado. Os pés descalços eram um símbolo da
condição de escravo, de coisa,uma vez que o escravo não era considerado
um cidadão e estava, por exemplo, na mesma categoria do gado bovino das
fazendas. Quando liberto a primeira coisa que o negro procurava fazer
era comprar sapatos que eram o símbolo de sua liberdade e, de certa
forma, faziam com que ele fosse incluso na sociedade formal. O
significado da “conquista” dos sapatos era tão profundo que muitas vezes
eles eram colocados em lugar de destaque na casa para que todos os
vissem. No entanto, ao chegar ao terreiro, espaço que havia sido
transformado magisticamente em solo africano, os sapatos tornavam-se
novamente apenas um símbolo de valores da sociedade branca e eram
deixados do lado de fora. Ali os negros sentiam-se de novo na África e
podiam retornar à sua condição de guerreiros, sacerdotes, príncipes,
caçadores, etc.
Tenho certeza que agora entrar descalço no terreiro terá um outro valor e sentido. Não é mesmo?
Um excelente final de semana a todos e muito axé!
Quem sou eu
- André Luiz
- Aqui vou contar um pouco de minha história e um pouca da história da Umbanda sagrada. FILHO DE OXOGUIÃ.
quarta-feira, 14 de março de 2012
quinta-feira, 1 de março de 2012
Caboclo Boiadeiro
Caboclo Boiadeiro
O boiadeiro é um caboclo que em vida foi um valente do Sertão e está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuisse na mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens.
Veste-se como o sertanejo, com roupas e chapéu de couro, e cumpre um papel ritual muito semelhante aos caboclos índios que se cobrem de vistosos cocares. Igualmente são bons curadores.Enquanto os "caboclos de penas" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores. De voz grave, é difícil entender o que falam. Supõe-se que os boiadeiros trazem lições do tempo onde o respeito aos mais velhos, a natureza, a família e aos animais falavam mais alto. Representam a liberdade e a determinação do homem do campo.
Entre os nomes mais conhecidos incluem-se Boiadeiro Sete-Luas, Caboclo Jundiara, Caboclo Jubiara, Caboclo Sete Laços, Caboclo Laço de Ouro, Caboclo Lajedo Grande, Navizala, Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Zé do Laço, Boiadeiro do Chapadão e Boiadeiro das Sete Campinas, Alfredo Mineiro e João Carreiro
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