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Aqui vou contar um pouco de minha história e um pouca da história da Umbanda sagrada. FILHO DE OXOGUIÃ.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Xangô criador de Culto a Egungun

Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã:

"Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quis saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun. Xangô , Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais."

Brasil

Xangô - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
Xangô foi o quarto rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são o fogo, o Sol, os Raios, as Tempestades e os trovões. Filho de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. Xangô é o Orixá do Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorun.
Enquanto Oxossi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá. Orixá do fogo, dos raios e das tempestades, Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, muitos Orixás possuem relação com os Egunguns mas, ele é o único Orixá que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos, Egungun. Xangô é a roupa da morte, Axó Iku, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns
Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma forte ligação com Oxumaré, considerado por ele como seu fiel escudeiro.
Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades. Vale salientar, que muitos seguem cegamente as ditas qualidades de Xangô da Bahia, e não é bem assim, por exemplo, Airá é um outro Orixá que não se dá com Xangô.Reza a lenda que Ayra era muito próximo de Xango, e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xango, foi erroneamente confundido com um ladrão, teve suas pernas quebradas e foi preso. Uma vez Xango percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão, o limpassem e dessem a ele vestimentas condizentes com a grandiosidade de Oxalufã, porém Oxalufã estava viajando e teria ainda outros lugares para ir. Por ser muito velho e agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção havia sido afetada, fazendo que Oxalufã andasse curvado e muito vagarosamente. Xangô então mandou que Ayrá levasse Oxalufã nas costas até a próxima cidade. Ayrá, percebendo ali a sua grande oportunidade, durante o caminho se voltou contra Xangô, falando a Oxalufã que Xango sabia que ele estava preso, acabando por ganhar a confiança de Oxalufã, que o tomou para si; razão pela qual Ayrá usa branco, mas nao é um fum-fum. Xangô que nao suporta traições se irritou com a atitude de Ayrá cortando relações com ele, desde então eles jamais devem ser cultuados juntos ou mantidos na mesma casa.

As Qualidades de Xangô

As qualidades de Xangô são estas:
· "' Aira " - Pouco se sabe sobre ele , mais ele forte qualidade de xango, seu culto e separado.Pois foi o xango que se revoltou contra oxalá,que após desse revolta ,passou a usar branco por baixo, a roupa normal, de xango por cima. Os filhos de aira , sao independentes,objetivos em suas decisões , gostam de liderar e sao muito astutos, mas , por outro lado, nao suportam serem contrariados, e sao muitos explosivos.
  • Afonjá - Afonjá, o Balé (governante)da cidade de Ilorin. Afonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército do império. Segundo a história de Oió, no início do século dezenove, Oió era governada pelo rei Aolé, ele possuía aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o podes absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais resolveu se rebelar contra Oió e se unir com os inimigos, esse general se chamava Afonjá que era conhecido como Kakanfo de Ilorin. Declarou-se independente de Oió. Com isso o Rei de Oió Aolé se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Afonjá traíu o Império Iorubá, mas quando os rebeldes assumiram o poder Afonjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um homem traíu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.
  • Obá Kosso - Título que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kossô nos arredores de Oió, tornando-se seu Rei. Título dado também a Aganju, irmão gêmeo de Xangô quando de sua chegada em Oió foi aclamado como o Rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.
  • Obá Lubê - Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido como Senhor Abastado.
  • Obá Irù ou Barù - Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra,senhor dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida , adentrando na terra.
  • Obá Ajakà - Também intitulado Bayaniym," O pai me escolheu ", que faz referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
  • Obá Aganjù - Aganju representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.
  • Obá Orungã - Filho de Aganju Solá e Iemanjá, Orungan é dono da atmosfera é o ar que respiramos, dono da camada que protege a Terra. Ver mais abaixo.
  • Obá Ogodô - Muito falado também, é apenas o que se diz sobre Xangô, pois, Ogodô é o verbo bocejar. Então, quando está trovejando, o que se diz é que Xangô está bocejando. Dai Xangô Ogodô, é apenas um título de Xangô.
  • Jakutà ou Djakutà - Jakutá, é a representação da justiça e da ira de Olorun, míticamente Xangô foi iniciado para este Orixá sendo considerado como a forma divina primordial do mesmo. Ele foi enviado em sua forma divina por Olorun para estabelecer a ordem e submeter Oduduá e Oxalá aos planos da criação durante um momento de conflito entre as divindades. É o próprio Xangô.
  • Obá Arainã - Oroinã e Oraniã - Personificação do fogo, o magma do centro da terra é o pai de Xangô e de Aganju em sua forma humana.
  • Olookê - Orixá dono das montanha, em algumas lendas é um dos filho de Oraniã, foi casado com Yemanjá.

Elementos do culto

  • Saudação: Kawó-Kabiesilé Saudação é a forma com que os Orixas são reverenciados;
  • Cores: Vermelho e Branco ou Vermelho e Marrom ou Marrom e Preto ou Marrom e Branco ou somente Marrom ou vermelho.As cores representam os Orixás, e podem variar segundo a linha religiosa;
  • Dia da Semana: Quarta-Feira;
  • Elementos: Fogo, Vulcões, Tempestades, Sol, Trovões, Terremotos, Raios, criador do Culto de Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas;
  • Elemento Livro: os livros representam Xangô porque este orixá está ligado as questões da razão, do conhecimento e do intelecto. Bem como a Justiça e o Direito;
  • Ferramenta: Oxê, machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal;
  • Pedra: Meteorito;
  • Domínios: Justiça, Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras;
  • Oferendas: Amalá, cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrário dos demais Orixás;
  • Dança: Alujá, a roda de Xangô. São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá.
  • Animais associados a Xangô: Tartaruga, Falcão, Águia, Carneiro e Leão.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Médim e Exu

Muitas vezes, ele funciona como um espelho, refletindo em seu comportamento os defeitos e qualidades de seu médium. Não estamos falando aqui de mistificação nem animismo, e sim de um comportamento em que pela convivência um exterioriza qualidades e defeitos do outro. Apesar de Exu ter opinião própria, a manifesta em linguagem simples e direta, de forma que todos entendam. É ele a entidade mais próxima a nossa realidade e anseios materiais. Quando o médium começa a se desenvolver, costuma ouvir que há a necessidade de doutrinar seu Exu. É natural que o médium não tenha doutrina no início de sua jornada espiritual, e Exu exterioriza isso em seu comportamento, após boa doutrinação da entidade veremos a necessidade de doutrina também para o médium que acaba de chegar na casa. Durante o desenvolvimento mediúnico é ainda natural que o Exu se apresente pedindo sua oferenda, pois sua força é potencializadora e vitalizadora da mediunidade.
Este mesmo médium que está iniciando na Umbanda encontra todo um universo novo aos seus olhos, e Exu costuma ser algo intrigante e fascinante ao mesmo tempo; quando não uma entidade, força, que assusta um pouco os que não o conhecem.
A questão é: Enquanto o médium estiver preocupado com a doutrina de “seu” exu estará também se doutrinando, subconscientemente!
Devemos, sim, estar atentos quando nos deparamos com entidades de esquerda sem doutrina, muitas vezes estão chamando nossa atenção a seu médium para que tomemos uma atitude doutrinária em relação a ambos.
Tudo isso é bem diferente de um obsessor ou quiumba, trazido por transporte, que normalmente tem comportamento rude e agressivo. Falamos aqui do Exu de lei que acompanha o médium como entidade de trabalho na esquerda.
Não devemos subestimar exu, achando que é entidade sem luz desprovida de evolução, observando apenas um aspecto externo e superficial, pois quando vamos com a farinha ele já voltou com a farofa, devemos sim ficar atentos com o que nos dizem nas entrelinhas ou o que querem nos passar, quando não podem ou não se sentem à vontade para revelar.
Quanto ao que pode revelar, pergunte a ele sobre seu médium e o comportamento do mesmo e verá que Exu é o primeiro a apontar os defeitos de seu “cavalo”, e isto está ainda dentro da qualidade especular de Exu.
No desenvolvimento mediúnico, é ele um elemento de muita importância, pois dá força e potencializa as faculdades mediúnicas, não é difícil encontrarmos exu pedindo para ser oferendado logo no início da vida mediúnica.
Em uma casa de luz, em um terreiro de umbanda de fato, exu não aceitará trabalhos de ordem negativa a favor de futilidades ou egoísmos. Veremos exu trabalhando com seriedade e em sintonia com as entidades da direita, ou seja, não virá em terra para contrariar todo um trabalho de doutrina realizado por caboclos e pretos velhos. Encontraremos até exus dando consultas, limpando e descarregando consulentes, fazendo desobsessão e outras coisas mais dentro do mesmo objetivo e até dando bons conselhos aos que a ele procuram.
Por tudo isso somos gratos a exu e pomba-gira, por trabalharem conosco a favor da luz, e afirmamos muito do que se fala de exu e pomba-gira ligado à magia negativa, nós desconhecemos, sabemos que muitos tentam se passar por exu, mas aí já não é mais Umbanda. Umbanda acima de tudo é Amor e Caridade, exu não deve vir em terra para dar o contra no trabalho de direita